sexta-feira, 16 de maio de 2008

EMTU, preserve-me!

E-mail enviado por mim, hoje, para a EMTU:

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Bom dia, senhores.

Hoje, vindo trabalhar, li uma plaqueta no ônibus: Você usa este ônibus todos os dias,

preserve-o.

Até concordo, mas a recíproca poderia ser verdadeira, não?

Não aguento mais pegar ônibus sujo, apertado e lotado, com motoristas muitas vezes

agressivos no volante, o que piora ainda mais a situação para os passageiros que vão em pé.

O transporte, que deveria ser público, na mão dessas empresas irresponsáveis e que não

respeitam seus passageiros, está cada dia pior, senhores.

Os aumentos não são justificados quando o serviço é de baixa qualidade.

E não adianta por ônibus novo se estes são pequenos e apertados. Tenho 1,87m de altura e há

locais em que não posso me sentar, como na traseira do ônibus, por exemplo. Minhas pernas

não cabem lá. Nos demais locais, tenho que ficar com o joelho batendo na cadeira de frente.

O corredor então, mal dá p'ra uma pessoa em pé, imagina duas colunas e ainda ter que passar

alguém pelo meio.

Senhores, lembrem que o cidadão precisa de qualidade, pois pagam impostos e,

consequentemente, seus salários.

P'ra concluir: de que adianta campanhas educativas do uso responsável da carteira de

estudante, preservação dos ônibus, se os senhores não fazem também suas partes? O cidadão

p'ra sentir-se dono do ônibus, como o é, precisa ter bom serviço, sentir-se parte de algo

que valha a pena, e não de um monte de lixo sujo.

É isso,

Aguardo resposta e providências.

Bruno Carneiro Leão.
Cidadão comum e usuário do transporte semi-público.

sábado, 10 de maio de 2008

O que não aceito, e nunca aceitarei, é a falta de visão do cidadão que acha que cidadania é presenciar com seu voto a cada dois anos. Ser cidadão é ser esponsável por TODOS, pobres, ricos, classe-média... homens, mulheres e crianças... isso é viver em sociedade, em CIDADE (que pode ser considerado o coletivo de cidadão). Mas, infelizmente, a celebração da ignorância feita pelas elites (e quando falo de elites não falo apenas da elite econômica) em toda a história humana. E é sob esta perspectiva que me torno fã dOs Simpsons... onde a figura de Homer é a do cidadão comum estado-unidense: ignorante, fútil e egoísta; e que, infelizmente, como velhacos copiamos, e que, a velhacaria tartufa ousa transformar em modelo social.

Em corroboração ao meu discurso, está a insensibilidade das elites - entenda-se elite a relação entre classes superiores e inferiores, independente da perspectiva (ricos -> médianos; medianos -> podbres; pobres -> miseráveis); e o engessamento social promovido por discursos ideológicos comportamentais e dógmas religiosos e morais transformados, tartufamente, na Cultura.

Cultura esta, agora, já transformada em tartufice, responsável pela opressão e desvirtuação do diferente; o insentivo ao maniqueísmo social e a não aceitação de possibilidades diferentes das "aceitas" pela "sociedade" (leia-se: moral).

Este engessamento cultural transforma as pessoas em ilhas, pois não aceitam as diferenças culturais e sociais de outros povos, gerando, assim, o ódio; ódio este que por vezes se transforma em auto-repreensão por não aceitar-se diferente do modelo proposto, e que gera barbáries como o Holocausto (vide teoria que entende Hitler como um Peter Pan social e que necessitava do poder p'ra sentir-se livre).

Esta não aceitação cria também contradições óbvias em discursos, como a relação da China e do Tibet.

E voltando o foco para a China, pergunto-vos: qual a diferença filosófica real e racional do assassínio de crianças não aceitas pelo Governo Central gráças à alta taxa de natalidade, e as teorias de esterilização do pobre brasileiro? Não será violência maior a limpeza xenófoba de uma "raça"???

E, em tempo, voltando à celebração da ignorância, agora no Brasil, temos o incentivo ao discurso do "bandido bom é bandido morto" promovido pelos "cidadãos-de-bem" da nossa sociedade. Mas, oras, o que é isso se não uma limpeza social sangrenta da qual tanto se criticou o governo Chinês, Russo e Cubano ao tentar "limpar" as oposições? Será então que a vida de um oposicionaista, e que tem um status social de importâncias para os cidadãos-de-bem, vale mais que o bandido vítimado pela sociedade e rebaixado a lixo e produto de si mesmo? Seria então este discurso a concretização da tartufice do homem-de-bem ao criticar outros por agirem como tais?!?!
O que aconteceu com as pessoas interessantes do Recife? Você vai a lugares interessantes, encontra, e conhece, pessoas interessantes, mas por que as mulheres interessantes tem que, geralmente, estar mais interessadas nelas mesmas? Será que acham que o interessante é interessar-se por si mesma? Ou porquê são tão interessantes que até nem mesmo elas resistem a si mesmas? Mas que merda!

Penso num lugar legal, onde penso encontrar pessoas legais e interessadas, e não exiladas num autismo galopante e patético, e não chego a canto algum, e dificilmente em alguém. No Recife há uma espécie de auto-valorização exacerbada de si mesmo. Todos disputam o quão mais interessantes são que os outros, e tudo termina sempre em um joguete de força, poder e graça. Numa final futilidade vanglorista e vaidosa.

Estou quase chegando à conclusão que o legal mesmo é procurar por pessoas desinteressantes. Talvez isso às faça mais interessantes que as Interessantes.

Talvez seja mesmo isso...

Ou não...

Vai saber!

vidyayãm paryagãt arthãn

Blog sempre me fascinou, mas nunca soube o que fazer com um.

Agora resolvi tentar, e ver no que dá.

vidyayãm paryagãt arthãn